Um olhar sobre «Os Miseráveis»

cosetteOs Miseráveis é um dos romances mais ilustres de Victor Hugo. A história decorre no século XIX em França, e é composta por cinco volumes que contam a vida de Jean Valjean à medida que se cruza com outras personagens. Jean Valjean é condenado a dezanove anos de prisão por roubar um pão, quando finalmente é libertado sofre o estigma de ser um ex-presidiário e decide assumir uma nova identidade para seguir uma vida diferente. As restantes personagens giram à sua volta, Valjean testemunha assim a miséria que se vivia, a pobreza miserável de Fantine, a costureira parisiense e mãe solteira que se vê obrigada a deixar a sua filha, Cosette, aos cuidados dos Thénardiers, que exploram a criança. O aristocrata Marius que se apaixona por Cosette, e Eponine apaixonada por Marius. E o Inspetor Javert que vive a perseguir Valjean.

A adaptação do romance num musical foi feita pela primeira vez em 1980 numa composição de Claude-Michel Schönberg, desde aí é um sucesso de bilheteira e um dos musicais mais famosos e mais encenados pelo mundo.

Em 2013 o musical torna-se filme e é uma das primeiras estreias do ano em Portugal. Os Miseráveis realizado por Tom Hooper, conta com um elenco de luxo: Hugh Jackman (Valjean), Russell Crowe (Javert), Anne Hathaway (Fantine), Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen (casal Thénardier) Amanda Seyfried e Isabelle Allen (jovem e criança Cosette).

Les Misérables

A ideia inicial do argumentista Bill Nicholson era intercalar diálogo com algumas canções, mas o realizador decidiu ser fiel ao musical, sendo o filme todo cantado. Hooper diz numa entrevista que essa alteração de registo não ajudaria o musical.

Este é um mundo parecido ao nosso, mas onde as pessoas comunicam principalmente através do canto. Nós vamos ser fiéis e corajosos em relação a isso

A transição para o grande ecrã envolveu várias adaptações de ordem técnica, como por exemplo o uso de planos próximos onde antes em palco recorriam a focos de luz. O realizador achou os planos gerais mais difíceis de validar do que os próximos:

Filmar uma pessoa a cantar com um plano próximo é como se ela estivesse a rezar, é como um soliloquio numa peça. Não é artificial, enquanto que ter 100 pessoas a cantar em uníssono é algo mais difícil para a audiência aceitar.

Sir Cameron Mackintosh, produtor de todas as produções profissionais d’Os Miseráveis e agora também do filme, afirma que:

Podemos ver o que está por detrás dos olhos de um actor e da sua emoção de uma maneira que a peça não consegue. O trio amoroso Cosette, Eponine e Marius funciona de uma maneira mais intensa no filme, percebemos este trio fatídico ainda melhor através da linguagem do cinema

Para Mackintosh o filme resulta como uma fusão única entre o cinema e o palco:

Todos dizem o quão cinemático é, no entanto as pessoas continuam a aplaudir no fim de verem o filme como se fosse uma peça

Para mais pormenores sobre a entrevista ver aqui.

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