A Vida de Pi, o filme que traria para o cinema a história escrita por Yann Martel publicada em 2001, já tinha sido abordado por vários realizadores como M. Night Shyamalan e Alfonso Cuarón mas só em 2012 Ang Lee conseguiu levar este “barco a bom porto”.

A história de Piscine Molitor ,vítima de um naufragio no meio do oceano Pacífico,  que retrata a sua resiliência a bordo de um barco salva-vidas com um tigre de Bengali chamado Richard Parker, só pode ser transposta para o cinema no momento presente, devido ao avanço de tecnologia e dos efeitos visuais. O supervisor dos efeitos visuais, Guillaume Rocheron, afirma que a tecnologia necessária para a realização deste filme não existia nos anos noventa, e caso se tentasse seria algo demasiado caro.

A simulação de água e principalmente de uma grande quantidade como é o caso de um ocano, é dos desafios mais complicados de replicar artificialmente, se nos lembrarmos de Titanic, que fez história também ao nível do orçamento em Hollywood, as imagens que mostram o oceano somam apenas minutos, em A Vida de Pi a acção situa-se mais de uma hora em pleno oceano.

O realizador Ang Lee teve de planear minuciosamente cada plano, uma vez que cada um precisava de simular mais de um bilião e meio de gotículas de água para que a tecnologia permitisse criar um oceano. Tudo foi filmado num tanque ou contra um ecrãn azul, por isso a posição de cada elemento no plano tinha de ser previamente estabelecida, onde estaria o sol, a composição dos ângulos, para que o director de fotografia, Claudio Miranda, soubesse para onde apontar a câmara e colocar as luzes.

Há dez anos atrás os efeitos visuais eram usados em meia dúzia de planos para atingir um fim específico, sem serem parte integrante do processo de filmagem. Ainda que Ang Lee não seja um realizador a quem se associe intensos efeitos especiais, neste filme, Lee pôs os efeitos visuais na ordem do dia e todo o processo foi diariamente acompanhado de perto por si. 

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