O novo filme de Steven Spielberg estreado na passada quinta feira, Lincoln, é nas palavras do realizador, mais que uma biografia, a história da luta de um presidente por uma causa.
A décima quinta emenda foi muito importante para Lincoln porque ele sabia que se a guerra acabasse ningué,, mesmo com a maioria dos votos na casa branca ou no senado, realmente aprovaria esta emenda. O sul não conseguia viver sem a escravatura. Se a escravatura não acabasse antes da guerra, então quando esta acabasse seria apenas um momento de pausa entre esta e a próxima guerra. Mas Lincoln sabia que para conseguir passar a emenda teria de ganhar votos, é sobre isso que o filme realmente é.
O filme tem 12 nomeações para os Oscars da Academia e um elenco que conta com nomes como Tommy Lee Jones, Sally Field, David Strathairn e Daniel Day-Lewis no papel principal. O realizador fala sobre Daniel Day-Lewis, actor conhecido por se deixar quase dominar pelas personagens que interpreta, tendo sido distinguido este ano como Melhor Actor nos prémios Boston Society of Film Critics e Broadcast Film Critics Association.
Demorei nove anos a conquistar o Daniel para fazer parte deste filme. Finalmente, quando ele aceitou, eu estava preparado para começar a filmar 3 meses depois, mas ele queria que eu esperasse um ano! Queria fazer pesquisa, entrar na personagem, encontrar a sua voz (não existe nenhum registo vocal de Lincoln). Durante esse ano ficámos amigos e quando comecei a filmar já não era preciso dirigi-lo, ele era o Lincoln, a sua maneira de pensar, de estar. Durante toda a rodagem chamei-lhe Sr. Presidente.
A Academia fez um género de mesa redonda com alguns dos principais intervenientes de Lincoln e parte da conversa esta disponível num vídeo curto e interessante que nos coloca por detrás das câmaras onde se discutem aspectos técnicos e práticos do filme:
A entrevista de Spielberg foi adaptada da entrevista original à Time e pode ser vista aqui