O dia de hoje, proclamado Dia da Mulher, teve origem no início dos anos noventa quando Clara Zetkin (1857 – 1933), uma activista que esteve no origem do movimento social e político das mulheres na Alemanha, e igualmente ligada ao Movimento dos Trabalhadores. Zetkin lutou pelos direitos das mulheres tanto na luta pela igualdade de oportunidades como pelo direito ao voto. Em 1911 editou o jornal Die Gleichheit (Igualdade). Em 1910 em Copenhaga Zetkin lançou a ideia do primeiro Dia Internacional da Mulher, que ficou estipulado ser no dia 8 de Março.
Há um século as mulheres não eram livres sequer para trabalhar ou abrir uma conta no banco, dependendo da aprovação oficial do marido ou pai para o efeito. Uma das profissões onde a entrada das mulheres foi conseguida a muito custo foi o jornalismo e, apesar de muito ter mudado, o desequilíbrio nos ordenados ainda é uma realidade, assim como o número de mulheres em cargos de chefia. A primeira editora mulher de um jornal nacional foi Rachel Beer, em 1891, no The Observer. Dois anos mais tarde comprou o Sunday Times e tornou-se sua editora também.
No continente Americano Nellie Bly fez história(s) no Pittsburgh Dispatch, por volta de 1880, onde escreveu uma série de artigos sobre mulheres que trabalhavam na indústria. Bly sofria uma grande pressão para retratar “assuntos de mulher” como a moda, sociedade e jardinagem, temas usuais na época. Bly ficou conhecida pela sua viagem à volta do mundo, qual Phileas Fogg no romance de Júlio Verne, mas desta vez em 72 dias, e pela escrita de um artigo em que expôs a realidade de um sanatório, tendo fingido a perda de sanidade para conseguir fazer trabalho de campo.
Outro nome de referência é Martha Gellhorn, autoras de romances, de livros de viagens e jornalista, tendo-se destacado como uma das melhores correspondentes de guerra do século XX. Nos anos 40 casou-se com o escritor Ernest Hemingway.
Esta história de amor foi recentemente levada ao grande ecrã em Hemingway & Gellhorn (sem estreia prevista para Portugal) pelo realizador Philip Kaufman, e conta com Nicole Kidman, Clive Owen, David Strathairn e Rodrigo Santoro nos papéis principais. O filme retrata o romance do casal mais célebre da literatura. Durante a guerra civil espanhola, ao cobrirem os acontecimentos em Espanha, encontraram-se no mesmo hotel e o amor nasce… Mas aparentemente as coisas não correram da melhor forma e Gellhorn foi a única mulher a pedir o divórcio ao escritor.