Kirikou et les hommes et les femmes é narrado pelo avô de Kirikou que assistiu à ascensão do herói Kirikou desde a sua infância. O sábio ancião conta-nos cinco contos em que Kirikou, apesar de ser o mais pequenino, se eleva pela sua mente aberta e curiosa, tentando ajudar todos com soluções criativas.
A animação transporta através das suas cores o calor do deserto Africano e a sua cultura alegre, sempre prontos para uma dança no largo central da aldeia ao som de cantigas no final de cada conto. O argumento, apesar de simples, tem em si uma moral seja através do espírito de comunidade onde a entreajuda é um factor preponderante, ou como não interpretar as nossas diferenças através do medo, mas sim com espírito aberto e compreensão. Valores universais muitas vezes patentes nos filmes de animação e que nos fazem recordar que é possível desconstruir os problemas e encontrar soluções em pormenores simples mas tão fundamentais.
O filme usa as diferentes personagens como arquétipos: o Tuareg perdido simboliza a diferença entre as nossas diferenças enquanto seres humanos; a feiticeira Karaba representa os defeitos humanos, seja a inveja, a intolerância o controlo; e Kirikou, por outro lado e o seu oposto, a inocência e frescura do ponto de vista de uma criança, despojada da carga negativa que a vida nos coloca nos ombros.
Um filme tanto pedagógico para os mais pequenos como uma boa oportunidade para os mais velhos recuarem no tempo.
Classificação (0-10): 6
Kirikou et les hommes et les femmes | 2012 | 88 mins | Realização: Michel Ocelot | Argumento: Bénédicte Galup, Cendrine Maubourguet | Elenco: Romann Berrux, Awa Sene Sarr