Lotte fita a lua e diz que lhe inspira ideias, embora tentem convencê-la de que é feita de giz e nada existe lá. Contudo, o aparecimento de uma pedra lunar vai despertar a curiosidade de Lotte que, acompanhada pelo tio, parte numa viagem plena de surpresas, ao longo da qual encontra criaturas muito peculiares: árvores que fornecem produtos de higiene, um investigador de chuva, uma artista que trabalha com teias de aranha, um pescador de panquecas e muito mais. O que a jovem desconhece é que a pedra que para uns representa meramente aventura e diversão é absolutamente essencial para outros.
Presente na edição de 2012 do Festival de Berlim na secção dedicada aos mais novos, Lotte e o Segredo da Pedra Lunar originária da Estónia recorre à sobreposição de duas técnicas de animação distintas: uma mais realista e tridimensional, como fundo, e outra mais clássica e arredondada usada para as personagens e para o seu movimento. Embora haja alguma simplicidade no traço das personagens, certos detalhes, em particular as paisagens, são espantosos.
Escrito e realizado por Janno Poldma e Heiki Ernits, o capítulo mais recente da série Lotte criada em 2006 é um daqueles filmes para crianças que julgamos que já não se fazem. Consegue ser divertido tanto visualmente como nos seus diálogos sem recorrer ao ridículo, leve e pueril sem que por isso seja vazio, bem pelo contrário. Lotte e o Segredo da Pedra Lunar é uma lição de tolerância, de sã convivência entre diferentes, de espírito aventureiro desprendido e de superação de obstáculos.
Para ver na Monstra 2013 amanhã às 11h00, no cinema São Jorge.
Classificação (0-10): 6
Lotte ja kuukivi saladus | 2011 | 75 mins | Realização e argumento: Janno Poldma e Heiki Ernits