As mulheres de Nicole Kidman

A propósito do novo filme Grace of Monaco, onde Nicole Kidman interpretará Grace Kelly, fazemos uma retrospectiva das personalidades que a actriz já encarnou no ecrã. Kidman diz não gostar de rever o seu trabalho e confessa continuar a não ver os seus filmes.

Uma das razões é porque me sinto envergonhada , e outra é porque sou tímida. Eu prefiro ser dura comigo do que serem as outras pessoas a julgar-me.

Kidman é também produtora (entre os seus filmes estão Rabbit Hole e In the Cut), faz regularmente filmes de baixo orçamento e considera as produções de grande orçamento assustadoras.

Em 2002, Nicole Kidman interpretou Virginia Woolf numa fase de depressiva da sua vida, enfrentando ideias de suicídio, no filme As Horas.

O filme retrata o poder que uma obra pode ter décadas depois de ser escrita, neste caso o livro em questão é Mrs. Dalloway. Kidman tem uma prestação incrível ao entrar no espírito intimista e sombrio deste génio da literatura tão talentoso como atormentado.

Realizador: Stephen Daldry | Argumento

: David Hare | Elenco

: Meryl Streep, Nicole Kidman e Julianne Moore

Outra mulher que marcou o século XX, desta vez no campo da fotografia, foi Diane Arbus que Nicole Kidman representou em Fur: An Imaginary Portrait of Diane Arbus (2006).

Este filme retrata uma Diane Arbus que, durante o percurso regular da sua vida de esposa e dona de casa, descobre o seu verdadeiro talento: fotografar. Mas ao descobrir Lionel Sweeney, personagem enigmática que lhe abre as portas para um mundo desconhecido, este mentor vai guiá-la numa descoberta pessoal. Esta personagem apresenta uma Nicole Kidman mais terna e elegante, em contacto com uma identidade muito feminina mas que descobre a audácia e a liberdade por detrás do pudor mais puritano.

Realizador: Steven Shainberg | Argumento: Erin Cressida Wilson, Patricia Bosworth (book) | Elenco: Nicole Kidman, Robert Downey Jr. e Ty Burrell

No filme Hemingway & Gellhorn (2012), Kidman volta a representar uma mulher forte com personalidade, mas desta vez uma jornalista, Martha Gellhorn, uma das mulheres mais célebres do jornalismo, particularmente como correspondente de guerra.

Kidman diz: Estávamos a tentar fazer um filme épico com pouco dinheiro. Eu gosto da liberdade de não estar agarrada a milhões de dólares e a muitos efeitos especiais.

O filme de Philip Kaufman conta a história de como Gellhorn e Ernest Hemingway se conheceram durante a Guerra Civil Espanhola e se apaixonaram. Os cinco anos do casamento são tidos como a inspiração para o romance de Hemingway For Whom the Bell Tolls.

Realizador: Philip Kaufman | Argumento: Jerry Stahl e Barbara Turner | Elenco: Nicole Kidman, Clive Owen e David Strathairn

Se este filme, feito para o circuito de tv, foi ou não um épico é dificil dizer, mas a mais recente novidade do realizador Olivier Dahan (La Vie en Rose) será concerteza. Grace of Monaco vai transformar Kidman em Grace Kelly, a actriz que se tornou princesa. O filme vai focar um período específico da vida de Grace, durante uma fase turbulenta do seu casamento, aquando da disputa entre o Principe Rainier III e Charles De Gaulle. Grace desempenhou um papel importante nas relações diplomáticas entre o Mónaco e a França perante um ataque iminente dos franceses na década de 1960.

Kidman diz: Kelly trabalhou muito com Alfred Hitchcock, que também é um dos meus realizadores preferidos, mas eu não dediquei muito tempo a pesquisar a sua vida. Este argumento é realmente bom e Olivier é maravilhoso. Tenho muita sorte em ter este papel. Sinto-me sortuda por me poder perder nela e tentar honrá-la. É a sua história mas não é um filme biográfico, é apenas sobre uma parte pequena da sua vida e o filme lida com outros temas muito importantes.