Renoir, com realização e argumento de Gilles Bourdos, estreado nos nossos cinemas esta semana, leva-nos a passar umas horas na companhia da família de um dos génios do movimento impressionista Pierre-Auguste Renoir . O filme passa-se durante o trágico verão de 1915 onde Renoir (Michel Bouquet) com 74 anos recupera o desgosto da morte da sua esposa, e o seu filho Jean (Vincent Rottiers) regressa a casa ferido depois de uma batalha travada durante a Primeira Guerra Mundial. Renoir continua a pintar apesar da sua débil condição (de tal modo que o pincel é amarrado à sua mão para que consiga pintar), mas uma brisa de ar fresco surge na casa através de uma adolescente de nome Andrée Heuschling (Christa Theret), uma modelo recomendada pelo amigo e colega Henri Matisse.
Esta musa vai conseguir que todos os homens da casa se rendam aos seus encantos, tanto o pai (que diz que a única coisa que o impede de a tornar sua amante é a diferença de idade) como os seus filhos, Jean, Pierre e Claude, o que causa alguma dinâmica familiar, por assim dizer. O filme dá-nos a conhecer o jovem Jean Renoir, que haveria mais tarde de se tornar um dos mestres do cinema marcando para sempre o cinema francês. Jean realizou nove filmes mudos e 27 falados entre eles A grande ilusão (1937) e A regra do jogo (1939).
Rottiers interpreta Jean, com 20 anos um jovem à espera que o seu destino o encontre, e talvez fosse isso exactamente o que aconteceu. As conversas entre Jean e Andrée revelam um jovem que diz não ter sonhos ou ambições, ao que ela responde que ele nunca deve dizer isso a uma mulher correndo o risco de ela o desprezar. O certo é que também Andrée não resiste ao charme de Jean e acabam por se envolver. Durante o seu romance Andrée partilha com ele o sonho de ser uma estrela de cinema o que despoleta nele uma curiosidade que o faz interessar-se pelo cinema.