A Cinemaville participou uma vez mais na iniciativa do Caminho Largo, que neste caso nos desafiou reflectir sobre as representações da Coragem no cinema. Este foi um desafio tão interessante quanto complexo, desde logo porque era possível pensar a Coragem (assim como outros valores) em diversas dimensões. Foi tentador inicialmente abordar a Coragem associada ao processo de criação cinematográfica, sobretudo daqueles que ao longo do tempo exploraram os limites do cinema, mas pareceu-nos de uma vastidão tremenda, para além de que em apenas três exemplares seria impossível sintetizar as abordagens mais ousadas na história da Sétima Arte.
Acabámos por nos debruçar sobre a narrativa e optámos por dar destaque a obras nas quais o protagonista trava uma clara batalha contra um contexto social hostil ao seu pensamento e aos seus interesses. É esse o caso de Ivy Walker naquela comunidade envolta num grande mistério, de Bobby Sands com a sua greve de fome em nome dos valores do IRA, e de Harvey Milk na defesa dos homossexuais no final da década de 1970.
Bem ou mal sucedidos nas suas jornadas, realça-se a bravura ao enfrentar um status quo adverso, atitude que o realizador Steve McQueen tem até agora incorporado em todos os seus filmes. Foi assim em Fome, já referido, mas também em Vergonha e mais recentemente em 12 Anos Escravo.
Abaixo ficam imagens das nossas escolhas, que também podem ser consultadas aqui.

A Vila, de M. Night Shyamalan

Fome, de Steve McQueen

Milk, de Gus Van Sant

Steve McQueen
Obrigado, mais uma vez, pela divulgação e pela participação nesta iniciativa. No geral, gostei das escolhas e, especialmente, das justificações ou das reflexões subjacentes que aqui deixam.
Cumprimentos,
Jorge Teixeira
Caminho Largo