Se há qualidade reconhecida de forma relativamente consensual no cinema de Wes Anderson é a sua capacidade de criação de uma marca estética muito própria, poderá mesmo dizer-se um imaginário. Partindo dessa constatação, propomo-nos analisar e desconstruir através de frames e videos alguns dos traços mais marcantes de um estilo que torna o trabalho deste realizador absolutamente inconfundível.
1. Simetria
O aspecto mais interessante e o ponto de partida deste artigo é o uso rigoroso e insistente da simetria nos enquadramentos, traço que se observa em toda a obra, porém mais acentuado a partir de Os Tenenbaums – Uma Comédia Genial. Este video exemplifica-o muito claramente:
2. Paleta cromática
A cor é um elemento central da fotografia nos seus filmes, mas é especificamente a coerência cromática que impressiona e ajuda a criar o seu estilo particular:
3. Fonte tipográfica
Embora não exclusivamente, o cineasta norte-americano não esconde a sua preferência pela fonte Futura, maioritariamente adoptada na variante Bold. Eis alguns exemplos:
4. Planos a partir de cima
É frequente surgirem cartas manuscritas, notas esquemáticas ou conjuntos de objectos, habitualmente narrados por uma personagem fora de campo e na maior parte dos casos enquadrados em planos vistos de cima:
5. Elenco estável
É demasiado evidente que Wes Anderson é quase sempre sinónimo de Bill Murray, mas há muito mais actores que surgem recorrentemente na filmografia do realizador, como Anjelica Huston, os irmãos Luke, Owen e Andrew Wilson, Willem Dafoe, Jason Schwartzman, Adrien Brody, Michael Gambon, Jeff Goldblum, entre outros.
6. E se…
Terminamos com três exercícios que permitem “rever a matéria” em jeito de experiência improvável, imaginando como seria se Wes Anderson realizasse a sequência inicial de Forrest Gump, um filme de terror ou mesmo uma produção pornográfica: