Refrescante conceito criado e concretizado por Jeff Baena, no limbo entre o drama familiar e a comédia romântica de terror, sobretudo na forma como aborda tão seriamente quanto possível uma trama que globalmente o que mais provoca é o riso. O humor, esse, é bastante inteligente e uma das características mais positivas de Life After Beth, de que são exemplo os antigos proprietários das casas agora renascidos, a improvável reacção dos zombies ao “smooth jazz” ou o seu fascínio por sótãos. Apesar da inovadora premissa, o casting e o trabalho dos actores são definitivamente o melhor do filme, emprestando enorme credibilidade a um história tão surreal. Destaque para as personagens interpretadas pelo trio Aubrey Plaza, Dane DeHaan e John C. Reilly: Beth, uma jovem morta-viva alienada da sua própria condição; Zach, dividido entre a impróvavel oportunidade de se continuar a relacionar com a sua namorada, Beth, e o facto de esta ser agora um… zombie; Maury, pai de Beth, determinado a manter fora dos radares a insólita “ressurreição”. Nota para a subtil crítica social corporizada na personagem de Matthew Gray Gubler (Kyle) dado que, mesmo tratando-se de um militar treinado, perante a possibilidade de uma epidemia zombie é o primeiro a colapsar mentalmente e a adoptar uma reação armada e violenta. |