De 16 a 26 de Outubro o Doclisboa – Festival Internacional de Cinema está de volta a Lisboa para o seu 12.º Outono.
250 filmes, provenientes de 40 países.
109 longas e 141 curtas-metragens.
40 estreias mundiais, 12 estreias internacionais e 2 europeias.
O programa completo do Festival foi divulgado em conferência de imprensa na Culturgest pela direcção de Cíntia Gil e Augusto Seabra. Consternado pela morte recente de Peter von Bagh, Augusto M. Seabra afirmou emocionado que esta edição será dedicada ao cineasta que mantinha uma relação estreita com Portugal, quer a nível profissional quer pessoal. Com presença assídua no Doclisboa, Peter von Bagh foi presidente do Júri do festival em 2011. O programa conta com o seu penúltimo filme e mais pessoal Muisteja (Remembrance), na secção Riscos, bem como o seu derradeiro projecto Socialism, que encerrará o festival.
A sessão de abertura tem lugar dia 18 de Outubro com Maidan, de Sergei Loznitsa, que retrata os protestos de 2013, em Kiev, contra o regime ucraniano, tendo sido premiado pela crítica em Cannes.
Na competição internacional, Edgar Pêra estreia Lisbon Revisited e Éric Baudelaire traz-nos Letters to Max, enquanto do outro lado do oceano o vento quente do novo cinema brasileiro é trazido por Adirley Queirós, com Branco Sai Preto Fica. Da China, Wang Bing estreia internacionalmente Father and Sons, e da cooperação entre Singapura e Portugal surge Snakeskin, de Daniel Hui.
Na competição portuguesa de longas-metragens destacam-se Flor azul, de Raul Domingues, As cidades e as trocas, de Luísa Homem e Pedro Pinho, A lã e a neve, de João Vladimiro e João Bénard da Costa – outros amarão as coisas que eu amei, de Manuel Mozos. Na secção das curtas-metragens são de realçar Metáfora ou a tristeza virada do avesso, de Catarina Vasconcelos e O Indispensável treinado da vagueza, de Filipa Reis e João Miller Guerra, ao passo que Fora da competição de será exibido Triângulo Dourado, de Miguel Clara Vasconcelos, e de João Botelho veremos o seu último Quatro, sobre quatro dos mais importantes artistas portugueses contemporâneos.
“Nunca pensei que estas palavras saíssem da minha boca, sinceramente, temos de agradecer à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Apesar das futilidades “somewhere” existem departamentos que tratam de coisas importantes” Augusto Seabra
A afirmação era dirigida às cópias restauradas que esta edição vai ter do realizador Stan Brakhage, Trilogia de Pittsburgh, e que são agora exibidas pela primeira vez fora dos EUA; para além da trilogia, a secção Riscos mostrará também o trailer restaurado de F for Fake, de Orson Welles, e o documentário Duras et le Cinéma, que Dominique Auvray montou a partir do trabalho de Marguerite Duras.
Na secção Heart Beat destaque para Berlin, um documentário sobre Lou Reed, do artista plástico e realizador Julian Schnabel, que encerra a secção no último dia do festival e em véspera do primeiro aniversário da morte de músico. BAAL, de Volker Schlöndorff, a filmagem de Bertolt Brecht com Rainer Werner Fassbinder no papel principal, e Die Generalprobe, de Werner Schroeter, que filmou o trabalho de Pina Bausch em Café Müller são outros títulos a ter em conta.
Por último, a secção O nosso Século XX, um encontro do cinema com a história da Europa, passando por Noite e Nevoeiro, de Alain Resnais, Vision de l’impossible, de Émil Weiss e pela denuncia dos horrores dos campos de concentração no final da II Guerra Mundial realizada pelo Museu Imperial da Guerra britânico a partir das indicações deixadas por Alfred Hitchcock. A 12ª edição contará ainda com duas retrospectivas, uma com a obra completa de Johan van der Keuken, onde destacamos Amsterdam Global Village, e a Retrospectiva Neo‐Realismo e Novos Realismos, que apresenta filmes como A Terra Treme, de Visconti, Europa ’51 de Rossellini, ou Umberto D., de Vittorio di Sica.
Programação completa com sinopses dos filmes aqui.
Horários de todas as sessões aqui.