A 3ª edição da Judaica – Mostra de Cinema e CulturaArranca começa na próxima Quarta-feira, 4 de Março, no cinema São Jorge, em Lisboa. E mais tarde a Mostra vai até à cidade de Belmonte, de 7 a 10 de Maio.
Tal como nos anos anteriores, o objectivo é trazer propostas cinematográficas aliciantes, vindas de todos os continentes, que abordam os mais variados aspectos da cultura judaica. No âmbito das comemorações dos 70 anos do fim da II Guerra Mundial, contaremos com duas antestreias nacionais de dois filmes que retratam este evento, em perspectivas muito diferentes. Labirinto de Mentiras, o filme de abertura da Mostra, reconstrói a história verdadeira, e pouco conhecida, dos chamados julgamentos de Auschwitz-Frankfurt que abalaram a Alemanha na década de 1960. Corre, Rapaz, Corre mostra-nos a visão de um menino polaco que escapa do Gueto de Varsóvia e a sua luta pela sobrevivência.
Por sua vez, destaca-se a grande actualidade dos filmes 24 Dias que relata o rapto e assassinato de Ilan Halimi em França em 2006 e Escravo de Deus que penetra o interior da célula terrorista que levou a cabo o atentado ao Centro Comunitário Judaico de Buenos Aires, em 1994. Caso que volta ao rubro com o recente assassinato do procurador a cargo da investigação e a acusação da actual Presidente da Argentina por obstrução à justiça, deste acontecimento.
De outras geografias, duas obras multipremiadas, a canadiana Félix e Meira, que aborda o tema de uma paixão impossível no seio da comunidade hassídica de Montreal, com actuação de Hadas Aron, e a uruguaia Kaplan, (Álvaro Brechner), nomeada como Melhor Filme Ibero-americano nos recentes Goya, que encerra a Mostra.
Ao mesmo tempo, o programa é completado com sessões especiais que contam com a presença de alguns nomes estrangeiros como Myriam Anissimov, a biografa de Romain Gary dar-nos-á a conhecer melhor esta grande figura do século XX, durante a Sessão Especial “Romain Gary: a sua História na História”, na Quarta-Feira, às 18h30. Jerzy Stuhr, realizador, encenador e actor polaco vem apresentar o seu mais recente filme, “O Cidadão” que revisita a história da Polónia do pós-guerra a propósito de um internamento hospitalar do protagonista do filme. Schlomi Elkabetz, co-realizador e escritor de um dos filmes mais badalados de 2014 e também em antestreia nacional: “Gett: o Processo de Viviane Amsalem” que nos revela que na sociedade moderna israelita um divórcio só se pode consumar com aprovação do marido e de um Tribunala Rabínico. Também a nível nacional, contaremos com algumas presenças de destaque como são os casos de Pedro Mexia, Esther Mucznik, Rabino Schlomo Pereira.
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