O ângulo a partir do qual se abordam os horrores do holocausto e em particular de Auschwitz. O retrato do processo que permitiu desvendar algo que só não era visível para quem não queria ver, bem subsumido na frase “este país quer cobertura de açúcar, não quer a verdade”. A ideia bem transmitida de culpa colectiva e de que o silêncio perante a atrocidade também é conivente e, assim, uma forma de crime. A metáfora da Alemanha como um casaco rasgado que se procura remendar é bastante óbvia mas eficaz e nem por isso menos poderosa. A estreia do realizador Giulio Ricciarelli na longa metragem, particularmente inspirada em termos de montagem, que nunca deixa o filme cair na monotonia, de fotografia e de ângulos de câmara diversificados que acentuam o carácter labiríntico da trama. |