Doclisboa’15: retrospetivas e novidades da próxima edição

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Começa a revelar-se a 13ª edição do Doclisboa – Festival Internacional de Cinema, que irá decorrer entre 22 de Outubro e 1 de Novembro, distribuindo-se entre Culturgest, Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, Cinema Ideal e no Cinema City Campo Pequeno.

Entre as primeiras novidades surge o cartaz desta edição, a renovada estrutura da programação para 2015 e as duas retrospectivas em destaque. A primeira delas é temática e intitula-se “I don’t throw bombs, I make films” – Terrorismo, Representação”, apresentando um grande número de filmes, muitos deles inéditos em Portugal, que colocam o problema do Terrorismo antes de mais como um desafio às comunidades mas também ao cinema, realizados por membros de diferentes lutas armadas, que viram no cinema espaço de reflexão mas também de elaboração ideológica.

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A segunda será dedicada por inteiro ao trabalho do sérvio Želimir Žilnik, que marcará presença no festival. Žilnik foi uma das figuras preponderantes da chamada Vaga Negra do cinema jugoslavo, caracterizada por uma abordagem não-tradicional à produção cinematográfica e por uma análise crítica à sociedade jugoslava de então. A sua obra é transversal aos últimos 50 anos da história e ao espaço que outrora foi a Jugoslávia, atravessando não só as suas mutações políticas, sociais e territoriais, mas interrogando também os princípios identitários e territoriais da Europa.

Existirá ainda um enfoque do programa na Grécia, num diálogo entre filmes contemporâneos e filmes históricos em que se procura reflectir, através do cinema, não só sobre a história do país e a sua actualidade, mas também sobre a encruzilhada Europeia, num presente marcado pelo questionamento directo das relações de poder entre países e povos.

A direcção anunciou também mudanças profundas na estrutura das competições do Doclisboa. As competições internacional e portuguesa deixarão de fazer separação entre curtas e longas metragens, numa afirmação de um cinema irredutível à classificação de formatos e géneros. Assim, nesta edição, as secções competitivas serão assim a Competição Portuguesa e a Competição Internacional, continuando a Competição Primeira Obra a ser transversal a varias secções do festival.

Finalmente, foram anunciadas alterações na linha editorial da secção Riscos, comissariada por Augusto M. Seabra, que assumirá ainda mais as suas principais linhas de força: apresentação de filmes que se enquadram no dominio das “ficções do real”, apresentação de materiais fundamentais da história do cinema, e um autor em foco em cada edição – este ano Robert Gardner, autor fundamental da história do cinema documental na sua relação com a Antropologia, desaparecido em 2014.

As outras secções paralelas do festival mantêm-se – além dos Riscos, de novo Heart Beat, Cinema de Urgência, Verdes Anos, Passagens e a secção Doc Alliance, apresentada pela primeira vez na edição de 2013.

O Doclisboa ’15 contará também com a primeira edição do projecto Arché –  direccionado para o público profissional, que procura desenvolver-se como um espaço de reflexão e desenvolvimento de projectos cinematográficos, a partir de uma afirmação do processo autoral e da singularidade de cada filme. Será composto por uma oficina de escrita e desenvolvimento de projecto e por uma oficina de visionamento e discussão de projectos em curso. Além disso, masterclasses e encontros individuais com convidados. O país convidado em 2015, a par com os projectos portugueses, será a Espanha. A participação será gratuita.

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