236 filmes, provenientes de 40 países.
46 Filmes Portugueses, 43 Estreias Mundiais.
A capital portuguesa volta a abrir os braços ao mundo de 22 de Outubro a 1 de Novembro na edição 2015 do DocLisboa, de cuja programação aqui damos conta. No primeiro dia de festival tem lugar a incontornável sessão de abertura que exibirá Bella e Perduta, de Pietro Marcello, que concilia o bucólico e o poético numa viagem pela Itália, enquanto que no encerramento se apresentará El Boton de Nacár, de Patricio Guzmán, filme que nos leva para o Chile, a Patagónia e as suas diversas vozes.
Além das reestruturadas competições internacional e portuguesa, que deixarão de fazer separação entre curtas e longas metragens numa afirmação de um cinema irredutível à classificação de formatos e géneros, surgem duas retrospectivas em destaque. A primeira delas é temática e intitula-se “I don’t throw bombs, I make films” – Terrorismo, Representação”, apresentando um grande número de filmes, muitos deles inéditos em Portugal, que colocam o problema do Terrorismo antes de mais como um desafio às comunidades mas também ao cinema, realizados por membros de diferentes lutas armadas, que viram no cinema espaço de reflexão mas também de elaboração ideológica.
A segunda será dedicada por inteiro ao trabalho do sérvio Želimir Žilnik, que marcará presença no festival. Žilnik foi uma das figuras preponderantes da chamada Vaga Negra do cinema jugoslavo, caracterizada por uma abordagem não-tradicional à produção cinematográfica e por uma análise crítica à sociedade jugoslava de então. A sua obra é transversal aos últimos 50 anos da história e ao espaço que outrora foi a Jugoslávia, atravessando não só as suas mutações políticas, sociais e territoriais, mas interrogando também os princípios identitários e territoriais da Europa.
Existirá ainda um enfoque programático na Grécia, num diálogo entre filmes contemporâneos e filmes históricos em que se procura reflectir, através do cinema, não só sobre a história do país e a sua actualidade, mas também sobre a encruzilhada Europeia, num presente marcado pelo questionamento directo das relações de poder entre países e povos
Na secção Heart Beat não resistimos a realçar Celeste, documentário de Diogo Varela Silva sobre a fadista Celeste Rodrigues, Daft Punk Unchained, olhar próximo e raro sobre a banda francesa pela lente de Hervé Martin-Delpierre, Frank Zappa, Phase II The Big Note, de Frank Scheffer, que explora o génio do músico ou ainda Phil Mendrix, que revisita o atribulado percurso de um dos melhores guitarristas portugueses de sempre.
Paralelamente haverá ainda uma exposição no Museu da Electricidade associada à secção “Passagens”, assim como diversas masterclasses, debates e outras atividades.
Programação completa com horários e sinopses aqui.