A 14ª edição do Festival Internacional de Cinema Independente está prestes a começar e vai decorrer de 3 a 14 de Maio. Uma vez mais o IndieLisboa traz aos espectadores portugueses o melhor e mais recente cinema nacional e internacional. De um total de 4250 filmes recebidos, foram selecionados 296 (94 longas e 202 curtas metragens) para as várias secções do festival. Especial destaque para o cinema português, que este ano conta com a presença de 45 filmes (12 longas e 33 curtas metragens).
A sessão de abretura está a cargo de Colo, de Teresa Villaverde, e será exibido no dia 3 de Maio no Cinema São Jorge. Colo teve estreia mundial no Festival de Cinema de Berlim. Para terminar o festival em climax será exibido I Am Not Your Negro, o documentário de Raoul Peck com James Baldwin, dia 14 de Maio no Grande Auditório da Culturgest. Fora de competição destacamos Rosas de Ermera, o documentário de Luís Filipe Rocha sobre a família de Zeca Afonso.
Na secção IndieMusic a música é naturalmente o epicentro da programação e esta edição foca na história dos Oasis, exibibe Instrument um dos mais vibrantes filmes sobre música alguma vez feitos, dedicado à vida e obra dos Fugazi realizado por Cohen. É ainda revisitado um génio controverso em Eat That Question – Frank Zappa in His Own Words, de Thorsten Schütte. Numa vibe mais pop apresenta Twerkumentary, de Diana Manfredi e Tokyo Idols, de Kyoko Miyake.
Boca do Inferno, secção dedicada a cinéfilos intrépidos, ressalta o grande actor Christopher Lloyd em I Am Not a Serial Killer, a perfeita fusão entre o terror e a geekice. Grave, que tem provocado a indisposição pelas salas de cinema mundiais que retrata a história de uma vegetariana que, ao provar pela primeira vez carne, entra numa espiral destruidora até ao canibalismo, uma metáfora para a entrada na vida adulta, o conformismo e o sexo; e o mais recente filme de Ben Wheatley, Free Fire, uma espécie de Reservoir Dogs em estilo retro.
Entre as longas metragens em competição nacional o destaque vai para Amor, Amor, o mais recente filme de Jorge Cramez, retrata as dúvidas sobre o que significa a entrada na idade adulta através do olhar de um grupo de amigos com 30 anos. Luz Obscura, o documentário de Susana de Sousa Dias, recria a história familiar do activista político Octávio Pato, a partir da memória de imagens dos arquivos da PIDE e dos testemunhos dos seus filhos. Fade Into Nothing, de Pedro Maia em colaboração com Paulo Furtado, dá continuidade à narrativa sobre a viagem de um homem só, iniciada em How To Become Nothing.
Nas curtas metragens, de assinalar o regresso de Joana Pimenta com Um Campo de Aviação, uma história fantasma acerca de cidades enterradas, civilizações perdidas e o colonialismo ocidental.
André Ruivo estreia a divertida e irónica animação O Circo. Ubi Sunt, o híbrido e ecléctico projecto de Salomé Lamas, é um filme sobre o tecido humano e urbano de uma cidade em expansão.
Na secção Director’s Cut , destacamos uma aproximação ao que poderia ser a apropriação por Serguei Eisenstein do filme de John Ford resumida em Young Mr. Lincoln por Eisenstein, de Guilherme Rodriguez. São ainda visitados trabalhos de Andrzej Żuławski, Stuart A. Staples, Brecht Debackere, Mark Rappaport, Alejandra Rojo e Laurent Achard, entre outros.
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