Segredos Oficiais, de Gavin Hood, (Operação Eye in the Sky, 2015) conta a história verídica de Katharine Gun, uma tradutora dos serviços secretos do Reino Unido, que ao se deparar com informação confidencial explosiva, fica no dilema moral de ser fiel ao seu trabalho e governo, ou aos seus concidadãos e valores pessoais.
Recuamos a 2003 ao momento que antecede a votação do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a invasão do Iraque pelos EUA. Do ponto de vista de Katharine, o que ela decidir fazer com essa informação pode determinar o resultado desta votação e a concretização da guerra.
Depois dos filmes recentes Snowden (2016), Citizenfour (2014), e do anterior A Delatora (2010), este filme mostra-nos outro retrato de uma whistleblower no feminino. E se na realização ninguém está a tentar inventar a roda, o argumento justifica que mais um filme de denuncia seja feito. É importante perceber-se a quantidade de verdades ultrajantes em que o destino do comum cidadão é baseado. E é ainda mais chocante saber que tão poucas vêm a luz do dia porque estão protegidas por leis como a dos Segredos Oficiais.
Com um elenco que confere ao filme uma seriedade e peso desejados para suster este thriller político, destacamos: Keira Knightley que interpreta a discreta e corajosa Katharine Gun, Ralph Fiennes no papel do incorruptível advogado Ben Emmerson, e Matt Smith o jornalista do The Observer Martin Bright.
Segredos Oficiais questiona de uma forma honesta as bases da nossa democracia, sem artifícios cinematográficos que imortalizam heróis que são quotidianamente julgados, privados da sua liberdade em prol de todos nós.