IndieLisboa’13: o cinema português

Este ano o IndieLisboa conta uma vez mais com muitas produções nacional, em quantidade e qualidade, que compõe uma selecção de 48 filmes, divididos pelas várias secções do festival.

Nas longas metragens em Competição Nacional há uma forte tendência para o formato híbrido entre a ficção e o documental.


A Batalha de Tabatô
, de João Viana, passado na Guiné (e num universo ao mesmo tempo mágico e concreto), 

Campo de Flamingos sem Flamingos, de André Príncipe, um retrato do país e das estações, que poderia pertencer a qualquer tempo,

É o Amor, de João Canijo, onde Anabela Moreira interfere (e transforma) nas rotinas das mulheres de Caxinas. 

Lacrau, de João Vladimiro, assistimos ao mesmo desenho do real numa aldeia do interior de Portugal, tal como em Um Fim do Mundo, de Pedro Pinho, um retrato do bairro da Belavista em Setúbal personificado num grupo de adolescentes.

Podemos dizer que há em Bobô, uma ficção de Inês Oliveira, muitos elementos provenientes da realidade: uma história de emigração e amizade da qual emergem momentos quase místicos, próprios da tradição africana.


A programação de curtas metragens traduz a capacidade de reinvenção e a infinita criatividade de um cinema tipicamente português, numa diversidade estimulante. Filmes que jogam com a animação e a imagem real, como O Coveiro, de André Gil Mata, uma animação de volumes de época, Forbidden Room, de Emanuel Nevado e Ricardo Almeida e quatro documentários, Fragmentos de uma Observação Participativa, de Filipa Reis e João Miller Guerra, Gingers, de António Da Silva, Rhoma Acans, de Leonor Teles e Terra, de Pedro Lino. As nove ficções em competição mostram as mais variadas linguagens cinematográficas: Dive: Approach an Exit, de Sandro Aguilar, A Dupla Coincidência dos Desejos, de João Vieira Torres e Alexandre Melo, Entre Paredes, de Tânia S. Ferreira e Gonçalo Robalo, O Facínora, de Paulo Abreu (um regresso ao cinema mudo), A Herdade dos Defuntos, de Patrick Mendes, Imaculado, de Gonçalo Waddington, Má Raça, de André Santos e Marco Leão, Plutão, de Jorge Jácome e Sizígia, de Luis Urbano.

Novíssimos, mostra de primeiras obras de jovens realizadores portugueses, torna-se em 2013 uma competição:

Adeus Sr. António, de João Costa,

Adolfo, O Rapaz Galinha, de João Carrilho,

Alice e Darlene, de Raul Domingues,

Ao Fundo, de Luís Coelho, Marco Min e Telmo Domingues (fora de competição: vencedor da Video Run Express),

Caímos Juntos, de Frederico Parreira,

Chantal, de Joana de Verona,

Contos das Coisas, de Joana Peralta,

Dança Dança Fogo Dança, de Pedro Ferreira,

De Manhã, de Flávio Gonçalves,

De Volta às Raízes, de Gonçalo Cardeira,

Memories from the Cross, de Vitor Carvalho,

Outro Homem Qualquer, de Luís Soares

Soulleimane, de Paulo Pancadas.


Na secção Sessões Especiais mostramos quatro longas metragens portuguesas: Arrivederci Macau, de Rosa Coutinho Cabral, sobre o legado do arquitecto Manuel Vicente em Macau, Bibliografia, de Miguel Manso e João Manso, uma épica descida pelo Tejo, Montemor, de Ignasi Duarte, filmado em Montemor-o-Velho e protagonizado por habitantes da vila e Torres & Cometas, de Gonçalo Tocha, produzido no contexto de Guimarães Capital da Cultura. Haverá um programa de três curtas metragens dedicado à Capital Europeia da Cultura: Berço Imperfeito, de Mário Ventura, Mesa Ferida, de Marcos Barbosa e A Palestra, de Bruno de Almeida. Destaque ainda para três curtas metragens portuguesas que integram a secção Director’s Cut, um projecto narrativo experimental de Joana Rodrigues composto por Trailers de Não-Filmes. Também na secção IndieMusic há uma presença portuguesa, Musicbox Club Docs: Bizarra Locomotiva, de Paulo Prazeres.

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